A autora Glória Souza está prestes a publicar o quarto volume da pentalogia sobre 'atendimento'. Para difundir a sua produção, mantem a página no Facebook Fita Adesiva, livros que fixam. Para explicitar o seu processo de criação, a autora concedeu entrevista ao Blog Glória-na-literatura e respondeu a 10 perguntas sobre o assunto atendimento, tema do seu próximo lançamento.
1 – Quando você publicou seu primeiro livro?
Glória Souza – Somente em 2015, quando publiquei o livro Atendimento
Corporativo e suas palavras cruzadas. Mas tenho obras inacabadas,
apontamentos e rascunhos desde o final dos anos 90. Atualmente este livro está
fora de catálogo.
2 – Atendimento corporativo. Por que este tema?
GS – Quando fazia o doutorado na Universidade de São Paulo,
participei de um programa em que a universidade, por intermédio de seus alunos,
oferecia consultoria, junto com o Sebrae, para pequenos empresários. Neste
programa visitei muitos empreendimentos e constatei que o maior problema de
muitos insucessos era o atendimento inadequado.
3 – Como assim?
GS – Muitos pensam que atendimento é ser simpático, gentil, solícito.
Na área empresarial, onde vigora a disputa, atendimento vai além dessas mesuras
humanas, englobam outras ações que interfere na relação entre a empresa e seu
cliente, como vestimenta de funcionários, cores, ambiente físico, conhecimento
técnico, entre outros. É preciso enxergar o empreendimento de forma holística
na relação entre empresa-cliente. É muito mais do que um simples sorriso.
4 – E onde entra as palavras cruzadas?
GS – Meus livros não se encaixam na categoria de ficção, mas sim na
de não ficção. Eles possuem componentes didáticos e, para eliminar o aspecto
chato desta técnica, aposto nas atividades lúdicas. As palavras cruzadas é uma
delas. Há outros quatro tipos de exercícios lúdicos que eu uso em minhas
publicações. Eles têm por finalidade contribuir com a aprendizagem mediante a
fixação de conteúdo.
5 – E como é o processo de criação?
GS – Meus livros são resultados de muita pesquisa a partir de um
assunto ou tema. Geralmente os materiais são volumosos. Então faço a seleção
dos conteúdos mais relevantes, tendo como base um projeto detalhado
preliminarmente. O projeto pode ser por encomenda, pedido por terceiros, ou
fruto de meus insights, que surgem de maneiras mais inusitadas. Mas também
tenho algumas publicações na área de ficção, que me custam muito trabalho e
concentração.
6 – E é difícil esse processo?
GS – Difícil não é, mas é muito trabalhoso, pois requer planejamento
e concentração para evitar as tentações no decorrer da escrita. Como tenho
formação prática e acadêmica no campo da comunicação, principalmente do
jornalismo, aprendi a identificar o meu produto para determinado mercado-alvo,
que eu reúno em séries. Meus livros são para segmentos e nichos. Atuei e
lecionei por vários anos na área da comunicação, tanto é que hoje me defino
como comunicóloga, por transitar, de forma mais holística, nesse universo.
Livro é um produto.
7 – Você se preocupa com o conteúdo de seus livros?
GS – Sim e muito. Procuro contribuir proporcionando aos leitores que
tenham o maior número de informações possíveis. Tanto é que faço uso de
referências devidamente identificadas para que o leitor possa se aprofundar
naquele assunto, bem como saber de onde busquei apoio naquele argumento. Também
ofereço, como complemento, referências adicionais – que eu chamo de Saiba
Mais – para que possam ampliar o seu grau de conhecimento.
8 – E tem boa receptividade?
GS – Na maioria das vezes sim. É que o Brasil possui cerca de 30% de
analfabetos funcionais, que são aquelas pessoas que sabem ler e escrever, mas
não dominam leituras e operações simples. Acrescento que, além dessa
deficiência, um número maior – não pesquisado ainda – não domina o conteúdo que
eu abordo em cada série, aumentando ainda mais esse índice. Essa é uma das
razões para eu usar os exercícios lúdicos com a finalidade de fixação, ao
forçar a prática e o resultado do exercício na própria obra. Mas há quem não
gosta. Já me disseram que eu não emito minhas opiniões, portanto não pode ser
chamado de livro. Outros que a metodologia que eu uso não configura um livro
“normal”.
9 – Você disse que o seu primeiro livro está fora de catálogo. Por quê?
GS – Como eu não dominava todo o processo de confecção do livro
contratei terceiros para alguns serviços. Dentre esses, o registro da obra e,
posteriormente, acabei descobrindo que o real proprietário intelectual era a
empresa contratada e não eu. Como autora, retirei o produto do mercado.
Atualizei o conteúdo com novas pesquisas e reescrevi a obra. O livro Nananu
na lei (dormindo na praia), também está fora de catálogo pelo mesmo motivo.
10 – E você tem projeto para novos livros?
GS – Sim, muitos. Fiz uma revisão em todos os meus rascunhos.
Estruturei-os em projetos, tantos os manuscritos como os inacabados. O
resultado é que tenho muito material para transformar em livros, sendo que
alguns, inicialmente projetado para uma única obra, mas que, na estruturação
final se transformaram em uma sequência temática. O assunto do “atendimento” é
um exemplo e resultou em uma pentalogia com cinco livros.